Autoestima: Dicas para Melhorar com Técnicas da Psicologia

Matheus Vieira da Cunha

1/13/20255 min read

person in striped shirt holding round mirror
person in striped shirt holding round mirror

Entendendo a Autoestima

A autoestima é um conceito fundamental que se refere à percepção que uma pessoa tem de si mesma, incluindo suas crenças e avaliações sobre seu valor pessoal e habilidades. Este constructo psicológico desempenha um papel crucial no bem-estar emocional e na capacidade de enfrentar os desafios da vida cotidiana. A autoestima elevada pode levar à confiança e à resiliência, enquanto a baixa autoestima está frequentemente associada a sentimentos de inadequação e insegurança.

As experiências passadas e as relações interpessoais têm um papel significativo na formação da autoestima. Desde a infância, as interações com os familiares, amigos e figuras de autoridade podem moldar a forma como nos vemos. Por exemplo, elogios e apoio emocional podem contribuir para uma visão positiva de si mesmo, enquanto críticas e rejeições podem resultar em uma autoimagem negativa. Essas dinâmicas são frequentemente reforçadas ao longo da vida, impactando as decisões e a forma como um indivíduo se relaciona com os outros.

Uma alta autoestima geralmente resulta em comportamentos proativos e assertivos, onde o indivíduo se sente mais confortável assumindo riscos e expressando suas opiniões. Por outro lado, a baixa autoestima pode levar a um ciclo de autocrítica e evitação social, levando a dificuldades nas interações interpessoais e no estabelecimento de relacionamentos saudáveis. A autoestima não deve ser confundida com narcisismo; enquanto a primeira é uma apreciação saudável de si mesmo, o narcisismo envolve um exagero do próprio valor às custas dos outros.

Compreender a autoestima é essencial, pois ela influencia não apenas a autoimagem, mas também as escolhas diárias e a forma como enfrentamos situações sociais. A conscientização sobre a própria autoestima é o primeiro passo para melhorar essa percepção e, consequentemente, o bem-estar emocional e a qualidade de vida.

Identificando Crenças Limitações

O primeiro passo para melhorar a autoestima envolve o reconhecimento e a identificação de crenças limitantes que podem ser prejudiciais ao nosso bem-estar emocional. Crenças limitantes são ideias que temos sobre nós mesmos, muitas vezes sem fundamentação real, que nos impedem de alcançar nosso potencial máximo. Elas podem se manifestar em pensamentos como "não sou bom o suficiente" ou "nunca serei feliz", formando um obstáculo significativo para o desenvolvimento pessoal.

Essas crenças muitas vezes têm suas raízes na infância ou em experiências sociais que moldaram nossa visão sobre nós mesmos. Por exemplo, uma crítica negativa de um professor, ou a comparação constante com colegas, pode gerar a crença de que não somos inteligentes ou capazes. Além disso, influências da sociedade, como padrões de beleza ou sucesso profissional, podem agravar essas percepções distorcidas, levando a sentimentos de inadequação e baixa autoestima.

Importante destacar que a psicologia e a psicanálise oferecem várias técnicas para ajudar a confrontar essas crenças limitantes. Uma abordagem efetiva é a reestruturação cognitiva, que envolve a identificação de pensamentos negativos e a substituição por pensamentos mais construtivos e realistas. Outra técnica é a autoanálise, que permite explorar as origens dessas crenças, ajudando a compreender de onde elas vêm e por que persistem. Essa compreensão é fundamental para desmantelar a força dessas ideias negativas.

Além disso, práticas de autoafirmação e mindfulness podem ser úteis na construção de uma mentalidade mais positiva. Ao reconhecer e desafiar as crenças limitantes, é possível transformar a maneira como nos vemos e, consequentemente, melhorar nossa autoestima. O processo requer paciência e autocompaixão, essenciais para uma mudança duradoura.

Praticando a Autocompaixão

A autocompaixão é uma abordagem psicológica que envolve tratar-se com o mesmo cuidado e compreensão que se ofereceria a um amigo durante momentos de dificuldade. Em contraste com a autopiedade, que é frequentemente marcada por uma sensação de vitimização e desencorajamento, a autocompaixão promove uma maneira mais saudável e construtiva de se relacionar consigo mesmo. Ao adotar essa prática, os indivíduos podem melhorar sua autoestima, enfrentando as imperfeições e falhas pessoais de maneira mais gentil e realista.

Estudos científicos demonstram que a autocompaixão está correlacionada a níveis mais altos de bem-estar emocional e uma redução significativa de sintomas de ansiedade e depressão. Essa conexão pode ser atribuída à capacidade da autocompaixão de criar uma visão mais equilibrada e realista das próprias circunstâncias, assim como a sua habilidade de promover a resiliência. Quando os indivíduos se permitem aceitar suas imperfeições e dificuldades sem julgamento, a autoestima tende a se fortalecer. E isso abre espaço para um desenvolvimento emocional mais saudável.

Para cultivar a autocompaixão no dia a dia, algumas práticas podem ser utilizadas. A reflexão é um primeiro passo valioso, onde o indivíduo pode identificar e reconhecer seus sentimentos, compreendendo que todos enfrentam desafios. Além disso, a adoção de afirmações positivas pode ajudar a reprogramar o diálogo interno, encorajando uma visão mais amorosa de si mesmo. Por fim, a prática de técnicas de mindfulness, como focar na respiração e observar os pensamentos sem críticas, também pode ser extremamente útil para nutrir a autocompaixão. Com estas abordagens, é possível dar um passo significativo para uma autoestima mais robusta.

Construindo Relacionamentos Saudáveis

Relacionamentos saudáveis desempenham um papel crucial na construção e manutenção de uma autoestima robusta. Essas conexões não apenas proporcionam apoio emocional, mas também permitem que o indivíduo se sinta valorizado e respeitado. Em contrapartida, relacionamentos tóxicos podem desencadear inseguranças e desvalorização, prejudicando a autoconfiança. Portanto, é essencial entender quais relações alimentam a autoestima e como estabelecer as bases para interações saudáveis.

Um dos aspectos mais importantes na construção de relacionamentos positivos é a definição de limites. Estabelecer limites claros com amigos, familiares e colegas não apenas protege o bem-estar emocional, mas também demonstra um respeito mútuo. Dizer "não" quando necessário é um passo significativo para manter relacionamentos que priorizam a saúde mental e emocional, além de permitir que se afaste de interações que possam ser prejudiciais.

Outra dica relevante é escolher o tipo de companhia que se deseja ter. Optar por relacionamentos que inspiram e motivam pode ter um impacto significativo na autoestima. Circulando com pessoas que promovem o crescimento pessoal e a valorização, você se coloca em um ambiente que favorece a autoconfiança. Evite relações que trazem negatividade e críticas constantes, que podem minar a autoestima e trazer insegurança.

A comunicação eficaz é uma habilidade fundamental para cultivar relacionamentos saudáveis. Ouvir ativamente e expressar sentimentos de maneira clara e respeitosa pode ajudar a fortalecer conexões. Compartilhar vulnerabilidades e ser aberto com as próprias emoções cria um espaço seguro para reciprocidade, onde os outros se sentirão à vontade para fazer o mesmo. A importância de uma rede de apoio não pode ser subestimada: cercar-se de pessoas que incentivam o crescimento e a valorização pessoal é primordial para uma autoestima renovada.

Matheus Vieira da Cunha
Psicólogo Clínico CRP 16/7659
Mestre em Psicologia (UFES)